quarta-feira, 1 de julho de 2020

ESCOLHENDO/SUGERINDO FILMES I


A respeito da escolha dos filmes e como eles podem colaborar com o ensino/aprendizado da história/História, muito pouco se tem debatido a respeito. A ausência de debate naturaliza o "senso comum" que se estende da crença de que o filme "é verdade" - ficção e/ou documentário, até o limite da ideia de que não é necessário criticar todos os elementos que o filme apresenta com relação a realidade que ele pretende dar a ver.

 

A prática consiste em erro sério para todo tipo de obra da cultura, mas que se agrava no caso de filmes. Afinal, o cinema lida, virtualmente, com representações que visam, exatamente, a criação de uma “impressão de realidade” para o público. Se a primeira abordagem de um filme amplia esta pretensão, ao não submeter o processo de seleção a uma crítica mais severa, todo o trabalho posterior fica comprometido.

 

Inicialmente, é fundamental reconhecer que os filmes não precisam ter como foco ou objeto de reflexão os temas ligados aos conteúdos de qualquer disciplina. Não! Ao contrário do que se “acredita”, os filmes sempre podem sugerir muitas questões e/ou temas (, inclusive) históricos. Mesmo que não esteja entre as pretensões dos realizadores tratar, deliberadamente, de história/História ou de outras áreas  – o que é legitimo, uma vez que cinema é, também, entretenimento – um filme sempre pode ser objeto de análise por parte de um pesquisador e/ou professor.

 

Assim como as demais manifestações da cultura, qualquer filme pode ser interrogado academicamente, pode ser investigado por um pesquisador/professor das Ciências Humanas. Há, certamente, necessidade de formação na área da pesquisa pretendida e, também, que o pesquisador domine um aparato de teorias e métodos para realizar a investigação.

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